segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Na época dos Descobrimentos, os padres embarcados eram responsáveis
por apaziguar o ânimo dos marujos nas caravelas. Festas religiosas
incluíam até os mal vistos jogos de azar
A tensão na rotina das caravelas era amenizada em algumas ocasiões
especiais. Os padres embarcados se encarregavam de atuar como
apaziguadores dos ânimos da tripulação, usando as comemorações
religiosas para canalizar as atenções em prol da vida espiritual. As
festas tinham a função de entrosar os participantes. Além disso,
celebrar um dia santificado era uma tentativa de domar as forças da
natureza, expressas nas calmarias e tempestades, uma busca de proteção
contra as intempéries.
As missas eram rezadas, seguidas de procissão pelo apertado convés e
uma festa com representação teatral, sempre com temas religiosos
enaltecendo aspectos morais e cristãos. Os atores eram os próprios
tripulantes. Quando havia comida disponível, um banquete era oferecido,
dentro das limitadas opções de preparo de delícias. Tudo isso era
acompanhado com danças e músicas.
Além destas festas, o divertimento a bordo estava restrito a jogos de
azar, principalmente usando cartas. A prática era condenada pelos
clérigos, mas tolerada e estimulada pelos oficiais, pois amenizava os
conflitos e brigas entre os marujos.
Fábio Pestana Ramos é professor no Centro Universitário Monte Serrat e autor de Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos descobrimentos(Contexto, 2008).
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