Príncipe se casará com Plebeia

quarta-feira, 27 de abril de 2011





William, filho mais velho de Diana e do príncipe Charles, anuncia matrimônio com Kate Middleton, uma ex-garçonete.

Londres - Os britânicos têm agora algo para conversar além dos cortes de gastos do governo: o príncipe Wil­­liam, 28 anos, neto mais velho da rainha Elizabeth II e filho de Dia­­na e do príncipe Charles, anunciou que irá se casar . A cerimônia será na primavera ou verão no hemisfério norte (abril/2011).
A escolhida é Catherine Eli­­za­­beth Middleton, conhecida co­­mo Kate. Ela tem 28 anos e namora o príncipe há 8. No período, se separaram apenas uma vez, por dois meses, em 2007. Uns dizem que a razão foi a demora do príncipe em propor o casamento. Ou­­tros, que ela não aguentava a perseguição da mídia.
Kate será a primeira plebéia a se casar com alguém que está na linha de sucessão para se tornar rei no Reino Unido em 350 anos.
Ela vem de uma família de classe média alta. Sua mãe foi aeromoça da British Airways. Seu pai trabalhou na mesma companhia controlando os horários dos aviões. Os dois depois abriram uma empresa que vende brinquedos e lembrancinhas para festas infantis. Conseguiram dinheiro suficiente para mandar os filhos para escolas privadas.
Amigas dizem que Kate tinha, na adolescência, um pôster de Wil­­liam em seu quarto e que so­­nhava um dia se casar com ele.
Os dois se conheceram na Uni­­versidade St. Andrews, na Escócia. Formaram-se no mesmo dia. Ela em história da arte. Ele, em geografia. Durante o período escolar, Kate chegou a trabalhar como garçonete. Depois de formada, foi as­­sistente de compras numa rede de lojas.
O casal viverá no País de Gales, onde o príncipe serve como piloto da Força Aérea.
Kate e William deram uma pe­­quena entrevista no final do dia. Ela já usava o anel de safira e 14 diamantes que ganhou do príncipe. É o mesmo que o príncipe Char­­­­les deu a Diana quando os dois ficaram noivos, em 1981. Na época, a joia custou 28 mil libras (R$ 74 mil).
William disse que o anel era uma forma de ter certeza de que sua mãe, que morreu num aciden­­te de carro em 1997, fazia parte des­­se dia.
A presença de Diana não está apenas no anel. A mídia já compara a futura princesa com a mãe de William. Enquanto Diana era descrita como tímida e ingênua no tra­­to com a imprensa, Kate é qualificada como determinada e se­­gura.
O que muitos se perguntam ago­­ra é como será o casamento nesse momento de austeridade por que passa o país, que acabou de sair de uma recessão. Será pomposo e custoso como o de Charles e Diana ou mais econômico, para dar exemplo?


 


Você Sabia? A moda de ir à praia começou como recomendação médica

Para se livrar de um carrapato, o rei dom João VI inaugurou o costume no Brasil

por Álvaro Silva
Até 1810 ninguém tomava banho de mar no Brasil. Mulher nenhuma se esticava na areia de biquíni fio dental até torrar como um camarão. Não tinha futebol ainda e muito menos futebol de areia. Não tinha surf, nem rodinhas de banhistas descansando sob guarda-sóis. Ninguém considerava costumeiro nem civilizado lagartear na areia até 1810. Mas, naquele ano, o rei dom João VI faria um mergulho na Praia do Caju, hoje um lugar degradado na zona portuária do Rio de Janeiro. O monarca estava com a perna infeccionada por causa de um carrapato e seguia orientações médicas. Sem querer, ele inaugurou o costume que hoje lota as praias de banhistas e vendedores de queijo coalho.
Na França e na Grã-Bretanha, distintas senhoras já tomavam seus banhos para curar doenças físicas e até psíquicas. As teorias sobre o benefício do banho de mar eram a última palavra na medicina da Europa. E foi lá que os desesperados médicos de dom João foram buscar a receita para curar o reiBrasil havia dois anos. que vivia no
A idéia de que a água – sobretudo a água salgada do Canal da Mancha – era um santo remédio veio de uma teoria do médico e religioso inglês John Floyer nos primeiros anos do século 18. Além de criticar a igreja por modernizar a cerimônia do batismo (que virara um mero espirro de gotas na testa), o doutor Floyer acreditava que o mar tinha poderes milagrosos até para paralíticos. Sua obra inaugural, a História do Banho Frio, foi publicada em dois volumes, em 1701 e 1702. Mas a corrida às praias na Europa começou mesmo meio século mais tarde, em 1749, quando outro inglês, o doutor Richard Frewin, descreveu a primeira cura por banho de mar.
Sessenta anos depois, havia no Velho Continente uma enxurrada de publicações de métodos para o tratamento marinho. Os médicos de dom João decidiram tentar. E a receita deu certo: o monarca curou-se. Com o sucesso, os banhos atraíram a corte portuguesa alojada no país. Logo surgiram as primeiras casas de banhos terapêuticos, que ofereciam aos banhistas piscinas com água do mar e locais para se trocar e guardar as roupas. Em um anúncio de 2 de dezembro de 1811, do jornal A Gazeta do Rio de Janeiro, uma casa de banho oferecia seus serviços por 320 réis, o dobro do preço de um ingresso do Circo Olímpico, o principal da cidade.

Você sabia que... Nem sempre foi preciso um padre para casar?

Até o século 16, bastavam os noivos. Os nobres eram casados pelos reis, mas para o povão bastava que os padres anotassem os nomes dos pombinhos e de duas ou três testemunhas. Foi durante o Concílio de Trento (1545-1563) e da chamada Contra-Reforma que a Igreja Católica, pressionada pelas críticas dos protestantes, criaram a cerimônia. No Brasil era o contrário. Até 1889, quem queria casar era obrigado a fazer isso na igreja, diante do padre. O casamento civil só foi criado com a proclamação da República.